domingo, 22 de maio de 2011



Voando sozinha
Um dia eu abri meus olhos e minha filha tinha virado uma mocinha. Baladinha na escola, gloss nos lábios e uma vida começando a ser independente da minha.
Agora o tal acampamento de inverno em Campos do Jordão com jantar temático, compras e degustações de chocolate. E longe quatro dias, de mãe e pai. Só os amigos da escola e algum adulto que eu nunca vi na minha frente.
Lá vai ela pra vida e eu aqui, observando o vôo ao longe, torcendo pra que as asinhas tenham força pra alcançar o céu mais límpido e que nenhuma rajada de vento a faça cansar.
Sabe o que é misto de medo e orgulho? É o que sinto agora, medo de deixá-la ir e não poder protegê-la e orgulho porque ela quer ir, quer começar a construir sua independência.
São os fatos incontestáveis da vida. Tudo segue o curso normal e se você tiver a mente aberta, nada é tão improvável, nada é definitivo. A gente acha que vai ficar do lado pra sempre, e na verdade a gente fica, mas de um jeito mais “virtual” os pássaros um dia batem suas asas e se vão.
(Aline)



á faz algum tempo que vi minha filha começar a querer voar, hj ela já é uma moça, o voo dela já vai alto e é magnificamente belo... quando a vejo tão bonita, tão mulher, tão amiga, penso no tempo que passou desde o dia em que veio para os meus braços pela primeira vez... pequenina, enrugadinha, a mãozinha se perdia dentro da minha.... há pouco tempo a mãe de coleguinha fazia uma tola comparação entre nossas filhas... ãh, dizia ela, a minha é muito boba, não é que nem a sua... num primeiro momento estranhei a colocação... cmo não, as duas estão sempre juntas e fazem exatamente as mesmas coisas... e ela começou a relacionar coisas que a clarissa fazia e a filha dela não... e conforme ela ia enumerando as diferenças, em vez de chateada, fui ficando cada vez mais orgulhosa... minha filha anda de ônibus sozinha, anda com o meu cartão pra comprar o que é necessário e por vai... no final, respondi sorridente para a mãe, apesar da malícia de sua colocação... é, vc tem razão, minha filha não é boba... e fiquei orgulhosa de mim também... toda mãe, todo pai, quer que seu filho seja feliz... eu nunca fui iludida quanto a isso não... ser feliz a gente é e às vezes não... não é um estado absoluto... quando me perguntavam o que eu queria que minha filha fosse, eu dizia, SAFA!... eu sempre quis que ela fosse safa, que soubesse se virar na vida, que soubesse ser feliz, mas que também soubesse passar pelo sofrimento, que não ficasse parada, epserando alguém resolver pra ela o que ela mesmo pode desenrolar sozinha... e isso acho que eu tenho conseguido... guardadas as proporções, quando a vejo se maquiando para sair, quase me vejo també, me sinto colega... faço e escuto confidências... escuto... como foi o dia, o que teve de graça, o que teve de trágico, a nota boa e a má... e como gosto de escutar esse farfalhar de asas que batem com graciosidade e leveza... me transporto no tempo para o tempo dela e às vezes a transporto para o meu, necessidade da vida essa de crescer... voamos juntas quando podemos, enquanto podemos... e em nossos voos solo, sabemos que a outra está lá, BFF, best friend forever...
(Ana)


O mês de maio para mim é sempre um mês difícil. Tem o dia das mães, uma data mal resolvida. Tem o aniversário do Juca, que nasceu no mesmo dia em que minha mãe faria aniversário. Fico mais emotiva, com tendência a reavaliações pouco favoráveis, esquisita mesmo. Esse ano não foi diferente. Esse texto era para falar dos filhos, de seus voos solo, mas eu começo assim ,enrolando, falando de mim...
Joana teve apendicite. Fez uma cirurgia, recuperou-se com a rapidez dos adolescentes saudáveis. Teve que ser atendida em hospital pediátrico. Lá estava Joana, no meio de bebês, recreadores, brinquedotecas. Corajosa a Joana, difícil alguém acreditar que estivesse sentindo dor. Mas impossível não perceber sua inadequação a um ambiente que a tratava como criança. Sua única resposta não monossilábica aos profissionais que tentavam interagir com ela foi um comentário sobre a eliminação do seu time, perdeu não, empatou! No mais não queria ajuda para se vestir, não queria suco ou gelatina, muito menos a programação infantil dos canais a cabo disponíveis. Queira saber se poderia viajar para assistir ao show do Paul, a nova adulta é fã do velho Beatle.
Na mesma semana o Júlio fez 18 anos, não quis festa, os amigos estão espalhados, alguns morando longe, outros trabalhando ou estudando à noite. Tem os que ainda não fizeram 18 e não podem frequentar os mesmos lugares. Pereferiu ficar com a namorada, de presente quer carteira de motorista. Ano que vem vai morar sozinho, quer aprender a cozinhar. Filhos crescem, quando a gente vê, não cabem mais no ninho. Summertime,and the livin' is easy, mas enfim...
(Neysi)

2 comentários:

Suely Rocha disse...

Os filhos crescem e,nunca estamos preparados para isso,qdo percebemos é sempre de forma abrupta e,nao mais que derepente.Mas qdo o crescimento da certo,sentimos muito orgulho e,ficamos vaidosos de ver a capacidade de resolver sozinho e,os sonhos,nunca chegam perto dos nossos.Não mais que uma fração de segundos viramos avó e,novamente eles ser aproximam de nós.É o ciclo da vida

Anônimo disse...

Ah, meu Deus, que maravilhosa transformação que a Natureza proporciona.

Amei!