segunda-feira, 23 de abril de 2012



Uma dúvida ou uma insegurança; sempre penso no que estou fazendo agora, escrever é tão importante para mim, mas gostaria de ser lida; é estranho pensar que escrevo e pode ser que eu não seja publicada, não só por não ter um livro de verdade, mas principalmente por não compartilhar este mundo interno com as pessoas, não ser lida é o problema para mim. É a mesma coisa que falar e não ser ouvida. Ver a boca mexendo-se, contorcendo-se e as pessoas não conseguirem entender nada, não captar o som, como um surdo e um mudo. Penso se não deveria transforma meu blog no meu próprio livro aberto a todos! Eu escrevo lá o que quero, divulgo na rede social e tenho bom acesso, para uma pessoa com poucos contatos, mas tenho medo do objetivo se perder, de não terem interesse em ler algo com maior número de linhas, e acessarem dia após dia para acompanhar as novas publicações. O que fazer é a pergunta que hoje insiste em martelar a cabeça, sei que não tenho nenhuma genialidade literária para ser publicada, não estou escrevendo algo que vá acrescentar a vida das pessoas, como uma tese de psicologia. Escrevo só sobre meus sentimentos, minha visão distorcida da vida, porque nem tenho certeza absoluta de estar certa, uma dúvida me consome sempre sobre meu ponto de vista; o que eu uma mulher de 39 anos pode acrescentar a vida de outras pessoas da mesma idade ou mais velhas? Talento para escrever para crianças eu acho que não tenho, adolescentes não estão muito interessados nos sentimentos e pontos de vistas de adultos, estão mais focados em viver e descobrir sua própria essência. Queria que as coisas fossem menos complexas, como a chuva que cai lá fora agora, simplesmente chove. Nada pode mudar isto! Mas, sentimentos mudam o tempo todo, não são exatos, e querer que leiam e gostem do que se escrevo, acho que é uma das minhas metas e também de quem se propõe a escrever. Será que existiu um autor que deu de ombros e conseguiu publicar algo sem pensar que todos que o lessem o odiariam? Achariam uma porcaria? A vaidade humana é muito complicada, porque eu sinto demais e tenho medo, um baita medo de rirem dos meus sentimentos, de me acharem tola, ingênua, pueril, comum. Quando penso sobre isto, vários adjetivos de menor valia saltam da minha mente para o papel. Queria é ter um ego maior que o mundo a auto-estima lá em cima e pensar que sou um gênio e que todo mundo ia achar o máximo, uma novidade enorme o que escrevi; mas, não é assim que vai acontecer, a  humanidade vem lendo sobre amor, solidão, céus e estrelas há séculos, não tenho novidade para contar, tenho sentimentos comuns e que já foram tão bem escritos por diversos autores, então porque continuar a tentar dividir com outras pessoas o que sinto? Porque não me conformar em escrever só para mim mesma? Mania de achar que as outras pessoas querem saber quem sou eu, mania de achar que as pessoas se interessam; algumas até se interessam mesmo, cada um por um motivo diferente, mas achar que muitos gostariam de saber sobre a Aline, é até constrangedor, não sou ninguém conhecida e especial para o mundo, meu valor está só para a minha família, poucas pessoas. Poderia tranquilamente mandar publicar um certo número de livros e dá-los de presente para elas e pronto estaria feito, a tal fala popular, plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro estaria concretizada e nada mais teria que ser feito, poderia fechar os olhos e dormir em paz, sem letras a querendo saltar para fora de mim em direção ao papel e fazer com que elas fossem conhecidas. Vejo a total falta de interesse da minha filha e meu marido em ler o que estou escrevendo; eu sou uma curiosa, não poderia saber que alguém passa o dia todo digitando um livro e não perguntar, como está indo ai? Do que está falando? Posso dar uma espiada? Até tenho a minha prima que sempre pergunta se ainda estou escrevendo e sempre dá uma lida em certos trechos, mas vou escrever um livro só para mim e para ela? Não tem cabimento nada disto. Sinto-me procurando a nobreza dos sentimentos, meus e dos outros, mas será que somos mesmos nobres em algo? Sinto-me a filosofa dos sentimentos, aquela que está cheia de dúvidas e incertezas, que busca em si as respostas, busca também nos outros, mas quem está interessado em filosofia barata hoje em dia? O que tinha que ser descoberto no mundo já foi, e o que não foi descoberto ainda; não será por mim, que passo o dia aqui na frente da tela observando minha própria vida como uma expectadora de um teatro parado. Eu li alguns livros na minha vida, antes até acreditava que eu tinha lindo muitos, mas depois que comecei a tentar escrever isto aqui, vejo que não li o suficiente, falta algo aqui, este estilo que eu escrevo é meu estilo de sentir e viver a vida, mas não é gênero literário. Não escrevo prosa, versos, poesias e nem crônicas, acho que vomito palavras apenas. (Aline)





 "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

 A frase é da Clarice. Lispector claro. Andamos todos nos sentindo muito íntimos de Clarice, nestes tempos de redes sociais , cópias e colagens. Mas Clarice é para poucos, acho que nunca foi para mim. Gosto de escrever, é uma das muitas coisas que faço sem realmente saber fazer e sinceramente acho que não tem, e nem precisaria um por quê. Desisti de encontrar resposta para tudo. Não sei falar de sentimentos, eu te amo, te odeio, estou sofrendo. Só escrevo se estiver relativamente tranquila. Não gosto de explicações em demasia. Entre escrever e ler, prefiro ler e sempre terei lido pouco. Essa idéia, de que há mais coisas para ler, ouvir, conhecer do que o tempo permite me faz querer estar aqui, lúcida, saudável. Claro que eu gosto quando alguém elogia, fico na defensiva quando me dizem que está ruim, complicado. Estou longe da sabedoria e do desapego. Tenho um ego enorme ,mas embora não pareça, aceito as críticas. Discutir é da minha natureza, não me levem a mal. Pareço mais séria do que realmente sou, mas adoro rir. Nunca achei que profundidade fosse sinônimo de mau-humor e que leveza fosse o contrário de intensidade. Escrevo como consigo e só. (Neysi)



 escrever, para mim, é uma conversa comigo mesma, às vezes é desabafo, às vezes é história pra boi dormir, às vezes é confissão... e nem sempre é pra ser lido e quando é, é pra poucas pessoas lerem, só alguns poucos escolhidos, pessoas queridas que podem compartilhar da minha alma, de quem eu não temo a crítica severa e que costumam ter palavras boas a dizer... nem sempre consigo escrever quando quero, nem sempre quero escrever e algumas vezes sinto como se nem fosse eu escrevendo... mas quando finalmente escrevo é bom, eu gosto, se alguém lê e elogia também é bom, eu também gosto... quando vai para o blog me assusta, mas também é legal quando as pessoas curtem... o melhor de escrever foi descobrir outras pessoas que também gostam de fazer isso e perceber uma excelente forma de comunicação com as minhas duas queridas blogueiras... ver gente se animando a escrever a partir de nossos textos, desvendar outras realidades, dá um certo orgulho e traz uma responsabilidade que não sei se estou preparada para ter... meus escritos são despretensiosos e é assim que é para ser... (Ana)

Um comentário:

Suely Rocha disse...

Li os três textos achei os três de uma grande leveza,o escritor nunca sabe se será lido e,se agradará,mas não deixa de escrever,pois faz parte dele,como compor uma música,todo aquele que tem a necessidade da escrita deve fazê-lo sem a preocupação de agradar ou desagradar escrevam sempre que sentirem necessidade de fazê-lo.Sou uma leitora assídua de vcs.